“Muchachos, em 90 minutos, gira o mundo”. Assim Zubeldia definiu a situação de Soteldo no Fluminense, citando palavras de seu antigo técnico, Miguel Russo. Autor de dois gols contra o Grêmio, ex-clube, o venezuelano enfim teve atuação de destaque pelo Tricolor, encerrando longa seca, de mais de um ano.Veja TambémSoteldo desencanta, abusa da Lei do Ex e Fluminense vence Grêmio para pressionar Botafogo e Bahia
E quando falamos longa, não exageramos. Em 2025 foram 36 jogos até encarar o Grêmio. Nem todos de alto nível competitivo: Soteldo disputou o Paulista pelo Santos e como titular. Nenhum gol foi marcado e até as assistências foram escassas, três, e apenas uma pelo Flu.
O último gol de Soteldo por clubes havia sido marcado em 2024, em outubro, quando ainda defendia… o Grêmio. A vítima foi o Atlético Goianiense. Desde então foram 42 jogos sem balançar as redes, entre Tricolor Gaúcho, Santos e o clube atual.
Zubeldia em defesa
No início de seu trabalho no Fluminense, Zubeldia colocou entre suas missões recuperar a confiança de Soteldo… e do torcedor no ponta. Não seria fácil. Contratação milionária para o Mundial de Clubes, o venezuelano chegou sob forte pressão e contestação, e não conseguiu responder em campo. Chegou a ficar marcado pelo “azar”, acumulando derrotas sempre que ia a campo.
Zubeldia teve de encostar o ponta, sem clima para o colocar em campo na maior parte das partidas, especialmente em casa. Mas tentou sempre aproveitar os minutos finais para dar rodagem. Contra o São Paulo, o técnico aproveitou o canto da torcida pelo retorno de campo para colocar, ao mesmo tempo, Soteldo em campo no fim da partida, como escudo para vaias. O ponta jogou bem os minutos finais e deu uma assistência.
Sem Canobbio e fora de casa, Zubeldia entendeu que era hora de apostar em Soteldo como titular. E deu certo.
“Em 90 minutos pode mudar a história, a exemplo do Soteldo. Hoje, fez dois gols em um cenário muito difícil. O futebol te dá essa possibilidade de reverter situações”, argumentou o treinador após o jogo.
“Creio que Soteldo fez um trabalho bastante completo porque, por um lado fez os gols e, por outro lado, cuidou da bola. Além disso, se sacrificou muito defensivamente, às vezes armava uma linha de 5, roubava a bola. Então, fez uma partida bastante completa”, defendeu.
“Tive um treinador, que descanse em paz, Miguel Russo. Nas preleções, ele sempre dizia: ‘muchachos, em 90 minutos, gira o mundo’. Fazendo alusão de que, em 90 minutos, o que era muito bom passa a ser mau e vice-versa. Quem não converte, em 90 minutos pode mudar a história, a exemplo do Soteldo”, explicou.
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