Como todas as grandes seleções do mundo, Senegal passa por um processo natural de reformulação. Os próximos adversários do Brasil nos amistosos preparatórios para a Copa do Mundo mantêm seus principais nomes, como Sadio Mané, Édouard Mendy e Kalidou Koulibaly, mas também abrem espaço para novas promessas, como Ibrahima Mbaye, Mamadou Sarr e Assane Diao, que decidiram representar o país africano.
Nos últimos anos, diversos atletas com descendência senegalesa optaram por defender seleções europeias, como Ousmane Dembélé e Leroy Sané. Agora, o movimento é o inverso: jovens talentos têm recusado convites de potências como França e Espanha para vestir a camisa de Senegal.
Futuro da bola encaminhado
Assane Diao, Ibrahima Mbaye e Mamadou Sarr representam o novo ciclo da seleção senegalesa. Depois de se destacarem no futebol europeu, os três vêm ganhando espaço sob o comando de Pape Thiaw e são vistos como pilares para o futuro da equipe.
Enquanto veteranos como Mané, Koulibaly, Mendy, Jackson e Gueye seguem importantes na estrutura do time, a nova geração chega para oxigenar o elenco e preparar o terreno para o próximo ciclo da Copa do Mundo.
Assane Diao, atacante do Como, fez toda a formação nas categorias de base do futebol espanhol. Aos 19 anos, a ex-joia do Real Betis se tornou uma das contratações mais caras da história do clube italiano. Já convocado anteriormente, volta à seleção para os amistosos contra Brasil e Quênia.
Ibrahima Mbaye, ponta de 17 anos, também teve a possibilidade de atuar por seleções europeias. Revelado nas categorias de base da França, está no PSG desde os 13 e hoje integra o elenco profissional, com 13 partidas disputadas na temporada 2025/26. Essa é sua primeira convocação para a equipe principal de Senegal.
Mamadou Sarr, zagueiro nascido em Martigues, na França, trilhou caminho semelhante. Passou por Lens e Lyon na base, brilhou no Strasbourg, teve uma passagem pelo Chelsea e retornou ao clube francês. A convocação atual é sua estreia pela seleção senegalesa.
Há expectativa de que o trio represente Senegal na Copa do Mundo de 2026, que será disputada nos Estados Unidos, México e Canadá, embora ainda seja cedo para garantir a presença dos jovens no torneio. O que é certo é que a antiga “exportação” de talentos senegaleses para seleções europeias começou a perder força.
Raízes e orgulho nacional
Historicamente, muitos atletas com origem africana preferiam representar seleções europeias. Na França, por exemplo, 14 dos 26 convocados para a Copa de 2022 tinham raízes africanas. Com Senegal, não foi diferente: nomes como Amadou Onana (Bélgica), Patrice Evra, Patrick Vieira e Ibrahim Ba (todos ex-França) nasceram em território senegalês, mas nunca defenderam o país natal.
Outros jogadores com ascendência senegalesa também se espalharam por diferentes seleções: Leroy Sané (Alemanha), Ousmane Dembélé (França), Djibril Sow (Suíça), Ferland Mendy (França) e Cher Ndour (Itália) são exemplos de talentos que cresceram na Europa, mas têm sangue senegalês.
Ainda assim, o orgulho por representar Senegal é um sentimento que já moveu gerações recentes. Atletas como Koulibaly, Édouard Mendy, Abdou Diallo, Idrissa Gueye, Nampalys Mendy, Iliman Ndiaye, Ballo-Touré, Bouna Sarr e Boulaye Dia nasceram na França, mas escolheram jogar pelo país africano. O mesmo vale para Keita Baldé Diao, nascido na Espanha.
Com jovens talentosos assumindo protagonismo e veteranos mantendo a base sólida, Senegal se prepara para um novo ciclo promissor, reforçando a ligação entre o sucesso europeu e o orgulho de vestir as cores de sua terra natal.
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