Líder da Série B com 61 pontos, o Coritiba pode conquistar o acesso na próxima rodada, quando encara o rebaixado Paysandu na Curuzu. Perto do retorno na Série A, o Coxa tem uma campanha pautada pela solidez defensiva, que consegue ocultar um ataque pouco eficiente. 
 Em 35 rodadas até aqui, o Coritiba somou 35 gols, sendo o quarto pior ataque do campeonato. Só Paysandu (32), Volta Redonda (23) e Botafogo de Ribeirão Preto (30), os três últimos colocados, balançaram as redes menos vezes. 
 Se tem campanha ofensiva de Z4, o Coxa conta com a melhor defesa da competição. São apenas 21 gols sofridos. A título de comparação, o Grêmio Novorizontino, sétimo colocado, tem a segunda melhor defesa, com 28 gols sofridos. 
 Das 35 rodadas, a defesa coxa-branca passou 20 sem ser vazada, com uma média de 0,6 gols sofridos/jogo. Entre junho e julho, o time passou seis jogos sem sofrer gols, melhor sequência na competição. 
 A solidez defensiva pode significar um recorde na Série B. Até o momento, o Coritiba tem a melhor defesa da história do campeonato, desde que ele começou a ser disputado em pontos corridos (2006), com os mesmos 21 gols sofridos pela Chapecoense na campanha de 2020. Ou seja, para igualar o recorde da Chape, o Coxa precisará passar sem sofrer gols as últimas três rodadas. 
?????Melhores defesas da história da Série B:
??Chapecoense (2020) e Coritiba (2025?) – 21 gols
??América Mineiro (2020 e 2017) – 23 e 25 gols
??Mirassol (2024), Cruzeiro (2022), Grêmio (2022) e Internacional (2017) – 26 gols
??Bragantino (2019) – 27 gols pic.twitter.com/A3xNb6s5jN
 — oGol (@ogolcombr) November 3, 2025
Como funciona o sistema defensivo
 A solidez defensiva é o cartão de visitas de Mozart. Ano passado, o treinador conquistou o acesso com o Mirassol e conseguiu a melhor defesa da Série B, com 26 gols sofridos. O Leão da Alta se tornou a quarta melhor campanha defensiva na história dos pontos corridos da Segunda Divisão, atrás, como já citamos, da Chapecoense (e agora do Coxa), e do América Mineiro, que sofreu 23 gols em 2020 e 25 em 2017. 
 O modelo de jogo de Mozart apresentou algumas alterações ao longo da temporada, mas se manteve fiel na essência. Usando o 3-2-2-3 que virou moda no futebol atual, com Josué baixando com Filipe Machado para a saída de bola, o Coritiba busca sempre verticalidade e objetividade para definir os lances, embora careça, em muitos momentos, de maior poder de definição no último terço. 
 Falando específicamente da fase defensiva, o Coxa se mostra confortável jogando em linhas baixas (foi o mais comum no início do campeonato), mas mostrou um perde e pressiona eficiente principalmente depois de ganhar a intensidade de Wallisson.
 Contratado ao longo da temporada junto ao Athletic, o volante mostra muita agressividade na marcação, sobe bem a pressão e faz coberturas inteligentes. A parte física e o entendimento do jogo ajudam em uma ocupação de espaço inteligente e eficaz. É mais importante sem a bola do que nos momentos de posse. 
 Mozart apresenta uma organização defensiva geralmente em 4-4-2, com Josué e o atacante ficando mais adiantados. Há um papel tático muito importante dos pontas na recomposição defensiva, tanto Lucas Ronier quanto Clayson (que chegou a ser defendido por Mozart em coletiva justamente por esse papel). 
 Em momentos em que o adversário pressionava mais, o Coxa não teve vergonha em se fechar com 5-3-2 ou 5-4-1. É um time que ocupa bem a área, com zagueiros que tem bom aproveitamento no jogo pelo alto. Jacy e Maicon tiveram excelente encaixe como dupla. 
 Nas próximas três rodadas, o Coritiba encara três times na parte inferior da tabela: Paysandu, Athletic e Amazonas. Se mantiver a solidez defensiva, tem tudo para consumar o retorno para a elite.

 