A torcida da Ponte Preta precisou de apenas 20 minutos para esgotar o primeiro lote de ingressos, com 10 mil bilhetes para o jogo deste sábado. A fila ao redor do estádio Moisés Lucarelli parecia não ter fim e todos os 14 mil ingressos dedicados aos torcedores da Macaca se esgotaram rapidamente. Uma busca mais do que compreensível.
A Ponte Preta entra em campo neste sábado (25), às 17h (de Brasília), para o segundo jogoda final da Série C do Brasileirão, contra o Londrina. Depois do empate sem gols no primeiro jogo, uma nova igualdade leva a decisão para os pênaltis, mas a Macaca conta com o apoio da sua torcida para quebrar um tabu que segue ao longo dos 125 anos de sua história: conquistar seu primeiro título nacional.
Chegou perto, mas falhou.
Fundada em 1900, a Ponte Preta é o time de futebol mais antigo em atividade initerrúpita do futebol brasileiro, mas é conhecida também pela falta de títulos. Sua sala de troféus tem taças de campeão da Série A2 do Paulistão, assim como conquistas no antigo Troféu do Interior, que era disputado no estadual anos atrás. Mas um título mais expressivo insiste em escapar entre seus dedos.
No Paulistão foram sete decisões, mas acabou derrotada em todas elas, sendo quatro contra o Corinthians, duas contra o São Paulo e uma vez contra o Palmeiras. A mais lembrada é a de 1977, quando venceu o primeiro jogo contra o Timão, mas acabou derrotada nos dois duelos seguintes, encerrando o longo jejum do alvinegro da capital.
Em 1981 foi o Brasileirão que passou perto. Na primeira fase, só não foi melhor que o Vasco e, na sequência, liderou o grupo que tinha Corinthians, Bahia e Santa Cruz, avançando para o mata-mata. Contudo, depois de passar por Náutico e Grêmio, acabou caindo para o Grêmio, na semifinal, ficando com a terceira colocação.
Na Série B, a taça escapou em 1997 e em 2014. Nesta última oportunidade, já nos pontos corridos, a Macaca jogava fora de casa contra o já sem pretensões Náutico e viu o líder Joinville perder para o Oeste, mas não conseguiu sair do empate em 1 a 1 e acabou um ponto atrás na classificação.
Um ano antes, em 2013, a primeira conquista poderia ter sido já internacional. Depois de passar pelo Vélez Sarsfield nas quartas de final e pelo São Paulo na semi, a decisão foi contra o Lanús. Contra os argentinos, empate em 1 a 1 no primeiro jogo, no Pacaembu, e derrota por 2 a 0 no segundo jogo, ficando mais uma vez com o vice-campeonato.
Crise exterior não atrapalhou
O ano de 2025 começou com uma imensa nuvem escura sobre o Moisés Lucarelli. A Ponte voltaria para a Série C depois de 34 anos longe da terceira divisão nacional, e a campanha no Paulistão terminou mais cedo, mesmo com apenas duas derrotas na primeira fase e 22 pontos conquistados, já que ficou na terceira posição de seu grupo, com São Bernardo e Palmeiras avançando com 23 pontos cada.
Na Copa do Brasil, uma queda prematura, ainda na primeira fase, com uma derrota de virada diante do Concórdia, deixando o time sem calendário entre 26 de fevereiro e 12 de abril, quando estrearia na Série C.
A situação financeira também é apontada como a pior dos 125 anos de história, com sucessivos bloqueios de contas, penhora do estádio por processos movidos por antigos atletas e treinadores, além de outros credores. Os salários de jogadores chegou a atrasar mais de 100 dias, e mesmo assim o time entregou uma das melhores campanhas da competição.
Gosto especial após derrubar o rival
Apesar dos problemas, a Ponte teve a segunda melhor campanha da primeira fase, ficando atrás apenas do Caxias. Na fase de grupos, foi a primeira a garantir o acesso, com dois jogos de antecipação e, para completar, venceu os dois clássicos contra o Guarani, sendo que o último, em casa, não só garantiu a vaga na decisão, mas ainda manteve o arquirrival na terceira divisão por pelo menos mais um ano.
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