Logo na sua primeira experiência em um mata-mata de Copa Libertadores, Cédric Soares já levou do Morumbi uma recordação para toda a vida. Sob os olhares de 57.559 torcedores, recorde do Morumbis no ano, coube ao português cobrar o pênalti decisivo na disputa das oitavas, contra o Atlético Nacional, uma responsabilidade que ele mesmo buscou.
“Eu decidi bater o último. Falei que queria ser o quinto ali na decisão”, disse o jogador em entrevista exclusiva ao oGol. “Estava entre eu e o Enzo (Díaz) para o quarto e o quinto, eu disse que queria o quinto. Acho que é mesmo isso, sentir o momento, decidir o que é que você vai fazer. Tem algumas possibilidades e, depois, bater com convicção. É isso que eu tentei fazer. Depois é aquela explosão de alegria, não é?”, completou.
Pelo segundo ano seguido o São Paulo chega às quartas de final, que começam as ser disputadas nesta quinta-feira (18), nos 2,7 mil metros de altitude do estádio Rodrigo Paz Delgado, em Quito, contra a LDU. Em busca do tetracampeonato continental desde 2005, chegar às semi é algo que não acontece desde 2016.
“Claro que temos ambição de tentar chegar o mais longe possível. Sabemos que é um sonho dentro da equipe, que é bom ter essa referência, mas temos que pensar é que vamos ter dois jogos, dois jogos difíceis. Dois jogos com características diferentes. Num campo e país diferente, altitude, e depois eles também têm que vir ao Morumbi. Então vamos certamente encarar o jogo de uma forma como temos encarado até agora, para vencer. Porque acho que o São Paulo tem que entrar em campo com essa mentalidade em qualquer jogo”, disse.
“Mas sabemos que vai ser um jogo muito, muito difícil, muito aguerrido, uma equipe muito competitiva. Mas tenho a certeza que, se continuarmos com uma mentalidade muito forte, podemos ser felizes”, concluiu.
Dono da segunda melhor campanha na primeira fase, o Tricolor vai decidir em casa contra os equatorianos, assim como foi contra o Atlético Nacional. Cédric comentou também sobre o apoio vindo desde antes do jogo, e como isso refletiu dentro de campo.
“Acho importante, neste aspecto, ter sido também no nosso estádio, termos nosso público ali desde o primeiro minuto, desde o momento da chegada do ônibus até o final do jogo. A equipe sentiu muito o apoio da nossa torcida, muito mesmo. Mostramos logo na forma como entramos em campo. E não deixa de ser um combinado de sensações ter feito o gol no Morumbis que nos deu a passagem”, comentou.
Brasil virou mercado interessante
Na conversa (que você pode conferir na íntegra clicando aqui), Cédric Soares falou sobre a decisão de cruzar o oceano e vir jogar no futebol brasileiro, um mercado que tem sido cada vez mais comum para jogadores europeus.
“Eu acho que que é um mercado interessante. Acho que o Brasil é um mercado que abrange várias nacionalidades e o campeonato está ficando cada vez mais competitivo. Tem chegado cada vez mais também à Europa. Acho que as pessoas começam a visualizar mais os jogos e a prestar mais atenção também. E eu acho que que foi muito interessante para alguns treinadores, como tu disseste, e não deixa de ser interessante para alguns jogadores”, avaliou.
“Estão vindo vários nomes, o Memphis (Depay), o Neymar, e muitos mais, que jogaram em equipes na Europa, que tiveram sucesso em equipes grandes. Acho que traz mais qualidade à liga, e a oportunidade das pessoas de fora do Brasil prestarem mais atenção ao que se passa dentro do Brasil e na liga. Por isso eu vejo com bons olhos. Claro que tem que ser sempre com um balanço, com equilíbrio entre experiência e jovens. E eu acho que o Brasil tem isso e vai ajudar com que a liga continue a evoluir”, concluiu.
Com 34 anos e descrevendo-se como um “jogador que não gosta de ficar a saltar de um lado para o outro”, a ideia do português é permanecer o máximo de tempo que seu rendimento e o reconhecimento permitirem.
“Estou muito feliz, muito contente aqui no São Paulo. Tenho sentido o apoio de toda a gente, da diretoria, da equipe técnica, dos meus colegas e também da torcida. É por isso que estou feliz com esta decisão (de vir). Se tiver a possibilidade de ir ficando por aqui, vou ficar”, afirmou.