“Louco pelo trabalho”. Esse é o novo treinador do Inter, Paulo Pezzolano, nas palavras do agora coordenador Abel Braga, que foi um dos responsáveis por livrar o Colorado do rebaixamento à Série B em 2025. Velho conhecido da torcida do Cruzeiro, o treinador uruguaio é conhecido por seu esquema de pressão alta e transição rápida.
Pezzolano, porém, não terá vida fácil em sua estadia em Porto Alegre. O comandante chega ao Beira-Rio em uma temporada de “reconstrução”, na qual o Inter, em situação financeira delicada, não deve ter grandes reforços e vem de um ano extremamente conturbado, praticamente “salvo pelo gongo” no Brasileirão.
Transição rápida e foco nos alas
Depois da recusa de Tite, que fechou com o Cruzeiro, o Colorado foi atrás de Paulo Pezzolano, que estava sem clube desde que deixou o Watford em outubro deste ano. O comandante chega ao Beira-Rio com ideias diferentes às aplicadas por Roger Machado e Ramón Díaz anteriormente neste 2025.
Enquanto ambos os ex-treinadores do Inter são conhecidos pela flexibilidade tática, Pezzolano age diferente. A ideia do uruguaio é de um futebol ofensivo, com pressão alta e praticando a versatilidade dentro das quatro linhas. A transição rápida é uma das características de seu esquema tático.
Na fase de criação, o novo comandante do Inter libera um de seus laterais para agir como ponta e ataca em um 3-2-5, com dois volantes fixos no meio, enquanto o atacante de beirada desce pelo outro lado. O goleiro participa ativamente da saída de bola, que é de toques curtos até sair da primeira linha de pressão. Depois, a estrutura muda e o foco é realizar as ligações diretas para jogadores que flutuam no “entrelinhas”.
Muitas vezes, as jogadas chegam nos alas para que, posteriormente, a bola seja alçada na área buscando um atacante de referência, que deve ser Rafael Borré, agora com a saída concreta de Ricardo Mathias. É forte também a busca pelo um contra um com os alas, sejam eles Bernabéi, Braian Aguirre, Vitinho, Johan Carbonero, Bruno Tabata ou outros atletas.
É um esquema que desemboca nas pontas na segunda metade do gramado, buscando, majoritariamente, o um contra um dos jogadores de beirada, sejam eles laterais, meias ou pontas. Caso não atinja esse ponto, o cruzamento na área, não necessariamente aéreo e no centroavante, se torna uma opção.
Pezzolano implementou esse esquema em praticamente todos os times que treinou. No Cruzeiro de 2022, campeão da Série B, não foi diferente. Em Montevideo City, Liverpool Montevideo, Pachuca, Valladolid e Watford o panorama seguiu o mesmo.
Poucos reforços e algumas saídas
Paulo Pezzolano não terá facilidade no comando do Inter. O treinador uruguaio assume um elenco que quase foi rebaixado à Série B no Brasileirão e que não terá tantas alterações. Quer dizer, não contará com tantos reforços de alto investimento, mas as saídas já começaram a se mostrar uma realidade no Beira-Rio.
Ricardo Mathias é o primeiro nome que está fora do Inter para 2026. O clube gaúcho acertou a venda do jovem atacante ao Al Ahli, da Arábia Saudita, por 10 milhões de euros (R$ 55 milhões). Lucca Drummond, Bruno Henrique, Óscar Romero, Victor Gabriel e Carbonero, todos com contrato até o fim de 2025, podem não seguir. O Inter tenta negociar a compra de Carbonero e ainda nutre esperanças pela sequência.
Alexandro Bernabei, na mira do River Plate, Vitão, especulado no Flamengo, Luis Otávio, encaminhado com o Orlando City, Juninho, cogitado no Coritiba, e Alan Benítez, em negociação com o Libertad, são outros nomes que podem sair. Mas ainda não há nada confirmado.
As movimentações por chegadas, por agora, são poucas. Tal qual aconteceu com Alan Patrick, Gabriel Mercado deve estender seu vínculo com a equipe. Carbonero e Victor Gabriel, citados anteriormente, ainda podem permanecer, mas isso depende das negociações do Colorado com Racing e Sport, respectivamente, o que está travado por agora. Poucos nomes são ventilados no radar gaúcho, até o momento, e um 2026 austero espera Pezzolano.
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