A final da Libertadores está pronta para contar diversas histórias, mas talvez a mais impactante delas seja a de Abel Ferreira. O técnico português, já incluído no hall dos maiores treinadores do Palmeiras de todos os tempos, agora tem a oportunidade de se eternizar no âmbito continental.
Caso conquiste novamente a América, Abel se tornará apenas o terceiro treinador na história a erguer o troféu da Liberta três vezes, entrando num grupo até hoje composto apenas por dois argentinos: Carlos Bianchi e Osvaldo Zubeldía. Um “clube” tão restrito quanto emblemático.
Bianchi, gênio competitivo de sua época, venceu quatro vezes: uma com o Vélez, em 1994, e três com o Boca Juniors, em 2000, 2001 e 2003. Osvaldo Zubeldía (avô de Luís Zubeldía,hoje no Fluminense), imortalizou o Estudiantes com o tricampeonato consecutivo entre 1968 e 1970. São nomes que moldaram eras, que mudaram a lógica do futebol no continente. E é exatamente esse tipo de legado que Abel tem a chance de alcançar.
Os troféus de 2020 e 2021 redefiniram o patamar esportivo do clube na esfera continental e moldaram uma nova mentalidade no alviverde: intensidade competitiva e obsessão por desempenho raramente vista de forma tão contínua no Brasil.
A história escrita
Essa caminhada se sustenta também pela longevidade. Nenhum técnico comandou o Palmeiras por tanto tempo quanto ele. Nenhum chegou a tantas finais: a decisão contra o Flamengo é sua 15ª final à frente do clube, um número que fala por si.
E só um ganhou tanto quanto o português: o lendário Oswaldo Brandão, que, ao lado de Abel, é o treinador que mais levantou taças na história palestrina, foram 10 no total.
Com isso, em caso de vitória no Monumental de Lima, Abel se isolará como o maior campeão da história alviverde, um estrangeiro que chegou como aposta e se tornou o rosto da identidade esportiva do Palmeiras.
Por isso, a final de sábado representa muito mais que uma simples taça. Ela traz um componente simbólico de um ciclo que começou em 2020, amadureceu em 2021 e agora busca o capítulo definitivo.
Um triunfo colocaria Abel Ferreira ao lado de Bianchi e Zubeldía, mas com um detalhe especial: seria o único fora do eixo argentino a conseguir tal façanha. Um europeu que se adaptou, entendeu e venceu o continente como poucos sul-americanos conseguiram.
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