Apesar da crise arrastada, que chegou ao seu ápice com a histórica derrota sofrida para o Fluminense na 36ª rodada do Brasileirão, o São Paulo ainda pode se classificar para a Libertadores de 2026. O Tricolor venceu o Inter na penúltima partida do campeonato nacional com autoridade, por 3 a 0, mas a crise segue viva, assim como a promessa de um 2026 austero.
A vitória mantém o clube na oitava colocação e reacende o sonho continental do Tricolor Paulista para a próxima temporada, já que o G7 pode virar G8. Porém, o cenário não é tão animador: a equipe precisa torcer por uma vitória de Cruzeiro ou Fluminense na Copa do Brasil para jogar a Libertadores. E, mesmo em caso de classificação, o ano de 2026 deve seguir o mesmo roteiro de 2025.
2025 foi de decepção
O ano de 2025 do São Paulo foi aquém das expectativas. No começo do ano, o clima era de esperança: o clube havia repatriado Oscar e tinha tudo para montar um “quadrado mágico”, com Luciano, Calleri e Lucas Moura ao lado do meia. A realidade, porém, é que a equipe do Morumbi conviveu com diversos problemas e decepcionou em 2026.
A começar pelo Paulistão, quando o clube segurou as pontas, mas não resistiu e caiu na semifinal para o Palmeiras. Depois, a vez da Copa do Brasil, quando o clube caiu para o Athletico mesmo depois de ganhar em casa. A continuar pela Libertadores, onde o clube não reverteu o placar contra a LDU em casa e decepcionou. E a concluir pelo Brasileirão, onde o Tricolor sofre para garantir uma oitava colocação.
O maior dos problemas do Tricolor foi, de longe, o departamento médico. Para o jogo contra o Inter, o time teve dez desfalques por lesão, contando jogadores que têm pompa no elenco, como Oscar, Lucas, Calleri e Wendell. Não à toa que o dito “quadrado mágico” atuou junto em apenas oito oportunidades, todas pelo Paulistão.
Além das lesões, o São Paulo também sofre com problemas administrativos graves. Tudo ficou escancarado pela dura entrevista de Luiz Gustavo ao término da goleada sofrida para o Fluminense, e ganhou novos capítulos nas demissões de três dirigentes, entre eles o diretor de futebol Carlos Belmonte. A falta de dinheiro também é um problema: a equipe sofreu, recentemente, um transfer-ban por uma dívida com o ex-empresário de Calleri.
Apesar de todos os entraves, o time do Morumbi ainda pode ter um respiro em caso de classificação para a Libertadores, que, como citado anteriormente, é vista como difícil. Mesmo a classificação continental não salvaria a vida do clube, visto que o ano de 2026 deve seguir a mesma rota fúnebre de 2025.
Austeridade deve seguir em 2026
A preparação para o próximo ano já começou na Barra Funda, e a expectativa é de mais dificuldades. Com a grande dívida, no valor de 1 bilhão de reais, o Tricolor deve passar mais um ano de austeridade, sem grandes contratações e com o mesmo projeto de vendas que gerou descontentamento nos torcedores.
O São Paulo se desfez de algumas de suas promessas durante a temporada, tal qual Matheus Alves, Lucas Ferreira, Henrique Carmo, William Gomes e Angelo por valores considerados baixos. Os cinco atletas foram negociados por 37 milhões de euros, mesmo valor que o Palmeiras conseguiu ao vender Vitor Reis para o Grupo City.
A venda de atletas deve continuar sendo uma realidade no Morumbi. Belmonte, agora ex-diretor, detalhou que o clube não queria vender nenhum atleta, mas que “é uma situação financeira”, em entrevista à ESPN. “Não podemos contratar nenhum jogador pagando transferência”, completou.
Atletas como Maik, Lucca, Rodriguinho e o hoje lesionado Ryan Francisco podem ser alguns dos próximos a deixar o São Paulo em busca de levantamento de recursos financeiros. Outros nomes devem sair para aliviar a folha, tais quais Rigoni e Dinenno, por exemplo. Em contrapartida, a estratégia de reforçar o elenco passa por duas a três contratações, além da promoção de jogadores da base.
A realidade é dura para o São Paulo, que convive uma crise arrastada e certamente terá dificuldades caso queira voltar aos tempos áureos de conquistas.
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