Depois de passagens curtas por São Paulo e Athletico, Juan Carlos Osório está de volta ao futebol brasileiro. Substituto de Guto Ferreira, terá a missão de comandar o Remo no retorno da equipe para a elite do futebol brasileiro. Osório é uma espécie de antítese de Guto e significa uma mudança de direção do clube em termos de modelo de jogo.
Quando chegou para comandar o Remo na reta final da Série B, Guto montou um time pragmático, defensivamente muito sólido, eficiente nas transições e objetivo com a bola nos pés. A posse de bola caiu drasticamente, mas o time se tornou muito mais competitivo e eficaz.
Osório, por sua vez, pratica um jogo muito mais próximo do posicional, com valorização da posse e aproximações para avançar no campo. Tem uma proposta mais ofensiva. Quando comandou a seleção mexicana, por exemplo, deixou isso bem claro.
“Quanto mais você pensar em defender, mais você está convidando o adversário para cima de você”, disse em entrevista para a Espn em 2018. Na época, La Tri chegou a ter mais posse em jogos contra favoritos como Alemanha, Bélgica e Portugal.
Os times de Osório, com um 4-3-3 como base que sofreu algumas alterações em um trabalho, buscavam sempre uma saída em jogo apoiado, com circulação rápida para chegar no último terço. A partir daí, o colombiano acredita que a decisão passa a ser dos jogadores.
“No último terço, quero que seja uma decisão autônoma do jogador, e não automática. Treinamos com normas de comportamento, com regras que fazem com que aconteça algo específico no jogo. Mas no último terço, quem decide é o jogador”, disse Osório em um curso que ministrou para treinadores, explicando um pouco sua metodologia de trabalho.
“Treinar, trabalhar as quatro ou cinco maneiras de buscar a penetração contra uma equipe fechada, mas no dia da partida, é a iniciativa do jogador”, completou.
Metódico, sempre foi um estudioso do jogo e ficou marcado em seu tempo no Brasil pelos bilhetes que mandava a campo para os atletas, com instruções táticas. O treinador também gosta de variar escalações e usar bem o elenco, e deve contar com Marcos Braz em Belém para isso…
O torcedor do Remo pode esperar um time diferente da equipe que conseguiu o acesso com Guto: um time posicional, com valorização da posse de bola e jogo apoiado. Resta saber se no mercado a diretoria vai ser assertiva para encontrar as peças que encaixem nesse modelo de jogo…
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