O Remo completou seis vitórias seguidas para ganhar força na luta pelo acesso. Agora vice-líder, o Leão cresceu de desempenho com a chegada do técnico Guto Ferreira e aproveitou o impacto de uma janela bem feita no meio do ano para salvar uma temporada que parecia perdida. O retorno para a elite nunca esteve tão perto…
Tudo começou bem antes da chegada de Guto. Marcos Braz, ex-dirigente do Flamengo, comandou uma verdadeira revolução no mercado azulino no meio do ano. Foram 13 novidades, em um mapeamento de mercado eficaz que trouxe peças decisivas.
Uma nova espinha dorsal na defesa foi montada, com as chegadas dos laterais Nathan Santos e Jorge e dos zagueiros Kayky, Kawan e Tassano. O meio-campo ganhou criatividade com Diego Hernández e Tachtsidis e o ataque imprevisibilidade com Nicolás Ferreira e João Pedro.
O impacto dos reforços só pode ser endossado se falarmos antes da chegada de Guto Ferreira. O treinador mudou por completo o modelo de jogo da equipe, construiu solidez defensiva e transições bem definidas para praticar um futebol pragmático e eficiente.
Nas seis vitórias seguidas com Guto, o Leão não conseguiu ter maior posse de bola em nenhum jogo. E nos melhores momentos, ficou muito pouco com a bola: foram apenas 28% de posse nas vitórias sobre CRB (4 a 2) e Cuiabá (3 a 1).
Jorge, contestado pelos problemas físicos nas últimas temporadas, foi titular nas duas últimas partidas e ajudou a dar opção como um lateral construtor, deixando Marcelinho mais espetado do outro lado. A presença de um zagueiro canhoto com boa qualidade de passe vertical, como Kayky, também ajuda nas descidas em velocidade.
Avançando no campo, o meia grego Panagiotis Tachtsidis foi uma das contratações mais aleatórias da temporada, certamente. Com uma Copa do Mundo no currículo, o volante, que fez boa parte da carreira na Itália, estava no Cluj, da Romênia, e teve uma influência muito positiva no time. Tachtsidis é uma espécie de pêndulo para a equipe, ditando o ritmo do jogo. Com boa capacidade de passes longos (no ponto futuro ou lançamentos), encaixou como uma luva no jogo de Guto e somou um gol e uma assistência nos últimos dois jogos.
Os uruguaios Nicolás Ferreira e Diego Hernández mudaram a eficácia do time no último terço. Ambos já participaram diretamente de 10 gols desde que chegaram. Hernández é decisivo também nas bolas paradas, outro ponto forte do Remo nos últimos jogos.
Feito inédito e busca pela elite após 31 anos
O Remo marcou 16 gols desde que Guto Ferreira assumiu, e levou 7. Na próxima rodada, enfrenta a Chapecoense em confronto direto na luta pelo G4. Em caso de vitória, conseguirá sua maior sequência de triunfos em sua história em competições nacionais.
Guto, conhecido na “resenha” como “Gordiola”, assumiu a equipe em 12º na tabela e em seis rodadas já ameaça a liderança do Coritiba. Caso consiga superar os paranaenses, seria o maior título nacional do treinador e do clube (o Remo só foi campeão da Série C, em 2005).
Com ou sem título, o que mais importa para a torcida azulina é retornar para a elite. A última das 14 participações foi em 1994.
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