O Al Nassr surpreendeu o mundo no fim de 2022 ao anunciar a contratação mais midiática de sua história. Cristiano Ronaldo chegou ao clube como parte de um projeto de longo prazo da Arábia Saudita, com a intenção de atrair os holofotes para o país. A chegada de CR7 foi um sucesso em termos de visibilidade, em meio a críticas pelo “Sportswashing”. Em campo, no entanto, o impacto foi menos visível.
Nesta terça-feira, Cristiano Ronaldo sofreu nova decepção com a camisa do Al Nassr. Foi eliminado pelo Al-Ittihad Jeddah da Copa da Arábia Saudita. De forma precoce: apenas nas oitavas de final. E, com um toque de capricho, com gol de seu ex-companheiro de Real Madrid, Benzema, vestindo a camisa do rival.
Não será a primeira vez que Cristiano Ronaldo irá para casa com a sensação de fracasso em sua estada na Arábia Saudita. Para sermos mais precisos, esta foi a 13ª vez que o craque luso sentiu o gosto amargo de não poder comemorar um título. Seu único troféu pelo Al Nassr em três anos foi na Liga dos Campeões… Árabes de 2023. Um torneio sem tanta relevância, mesmo para o contexto local.
Brilho individual e busca pelo gol mil
A falta de títulos contrasta com o desempenho individual de Cristiano Ronaldo. Mesmo beirando os 41 anos, o português segue com físico invejável e um faro de gol que não parece envelhecer. Já são 106 gols em 120 jogos pelo Al Nassr.
A meta de Cristiano Ronaldo nesta fase de carreira parece não passar tanto pelas conquistas coletivas. Ao menos quando falamos do futebol árabe. O Ronaldo luso tem como grande objetivo pessoal chegar ao gol mil. Seria o primeiro a o fazer contabilizando apenas jogos oficiais. Atualmente o atacante conta com 950 gols entre clubes e seleção portuguesa.
Na atual temporada, Cristiano Ronaldo disputou nove jogos, com sete gols marcados. Seu melhor registro na Arábia foi de 50 gols em 51 jogos em 2023/24. Nada que tenha garantido sucesso ao clube até aqui.
Investimentos milionários não rendem troféus
Cristiano Ronaldo não foi a única estrela a chegar nos últimos anos no Al Nassr. Apenas em 2025/26, o clube investiu cerca de 70 milhões de euros, a maior parte para trazer João Félix (30 milhões ao Chelsea) e Kingsley Coman (ex-Bayern de Munique, por 25 milhôes). Iñigo Martinez ainda trocou o Barcelona pelo clube, sem custos, em fim de contrato.
Há muito este tipo de movimentação deixou de causar espanto. O Al Nassr, hoje, é capaz de assediar jogadores em atividade em gigantes da Europa. O projeto da Arábia Saudita, inclusive, prevê a contratação de mais nomes de peso, com Vinícius Júnior entre os alvos mais renomados recentes.
O investimento na atual temporada é, na realidade, o mais baixo desde o ano de chegada de Cristiano Ronaldo. Em 2023/24 o valor ultrapassou os 160 milhões de euros, com nomes como Sadio Mané, Laporte e Brozovic, e recorde para Otávio, ex-Porto, por 60 milhões.
Em 2024/25 o Al Nassr atacou o Aston Villa com inflacionada proposta por John Durán, contratado por 77 milhões. Foram mais de 170 milhões investidos, e com contratações brasileiras neste período – Ângelo, Wesley e Bento.
O último grande título do Al Nassr, curiosamente, data de época pré-Ronaldo. Foi em 2019, na Liga Saudita. Na época os grandes nomes eram Abderazzak Hamdallah, do Marrocos, e o brasileiro Giuliano.
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