O Nacional fez uma temporada de recuperação e quebrou um curto, mas incômodo, jejum para conquistar o Campeonato Uruguaio pela 50ª vez. Com um treinador doble chapa e uruguaios com passagens apagadas pelo Brasileirão, o Bolso derrubou o maior rival e celebrou o título no Gran Parque Central.
Depois do empate em 2 a 2 na casa do Peñarol, o Nacional buscou o título na prorrogação, após o empate em 0 a 0 no tempo normal. Com 114 minutos de bola rolando, o nigeriano Christian Ebere recebeu lançamento, invadiu a área e estufou as redes para encerrar a seca de três anos sem títulos do Bolso.
O herói da 50° conquista do Nacional, Ebere é mais um do elenco vitorioso com passagem pelo futebol brasileiro. O centroavante passou pelas divisões de acesso do Brasileirão com experiências por Juventude, Vila Nova, Pouso Alegre, Paraná, Maringá, Metropolitano, Fluminense do Itaum e Lajeadense.
Embora o protagonismo do nigeriano na decisão do título, o destaque da temporada ficou a cargo de outro atacante com passagem pelo Brasil. Vice-artilheiro do competição, Nico López marcou 24 gols e deixou cinco assistências, em 43 jogos, guiando o Bolso aos títulos do Campeonato Uruguaio e da Supercopa.
O goleador do Nacional na temporada atuou por quatro temporadas no Internacional e, apesar dos bons números ofensivos, ficou marcado pela participação na queda do time gaúcho para a Série B. Emprestado desde a temporada passada pelo Club León, Nico López soma 46 participações em gols em 61 jogos pelo Nacional.
Além de Nico e Ebere, o Bolso também contou em seu elenco com Rómulo Otero, campeão da Série B com o Santos, Nicolás Lodeiro, ex-Botafogo e Corinthians, Gonzalo Carneiro, ex-São Paulo, e Hayen Palacios, emprestado pelo Athletico. O veterano Eduardo Vargas, ex-Galo e Grêmio, também passou pelo clube na temporada, mas foi repatriado pelo Audax Italiano na última janela.
Treinador “Doble Chapa”
Na conquista do título, além dos jogadores que deixaram pouca (ou nenhuma) saudade nos clubes em que passaram no Brasil, o Nacional também contou um tempero brasileiro… ou melhor doble chapa. A expressão popular utilizada para denominar moradores e nascidos na fronteira entre Brasil e Uruguai simboliza perfeitamente a carreira de Jádson Viera.
Nascido em Santana do Livramento, cidade gaúcha no limite entre os dois países, o treinador de 44 anos chegou ao Nacional para liderar uma campanha de recuperação na temporada.
Eliminado na lanterna da Libertadores do Grupo com Bahia, Inter e Atlético Nacional, e derrotado para o Peñarol na decisão do Intermedio, Pablo Peirano não resistiu no cargo mesmo com 76% de aproveitamento e deu lugar para Jádson Viera ser o terceiro treinador do Bolso em 2025.
Ex-zagueiro, Jádson fez carreira no futebol uruguaio passando por Danúbio, Rentista e pelo Nacional, por duas temporadas. O defensor atuou apenas no Vasco, em uma curta passagem pelo futebol brasileiro, e continuou sua carreira pelo México e Argentina.
Aposta de risco do Nacional para a reta final da temporada, o brasileiro comandou o time uruguaio nos quatro jogos finais da temporada e atingiu o objetivo principal. Sob o comando de Jádson, o Bolso empatou as rodadas finais do Clausura e a partida de ida da final contra o Peñarol. A única vitória com o novo comandante veio na prorrogação e culminou com o título.
Destaques do Campeonato já passado pelo país
Se de um lado, o Nacional teve na decisão seis jogadores com passagem pelo Brasil, do outro, o Peñarol também depositou suas esperanças em atacantes renegados no futebol brasileiro.
Leo Fernández e Matías Arezo foram as principais fontes de gols do Carbonero e ficaram atrás na artilharia da temporada de Maximiliano Silvera.
Duas vezes vice-artilheiro do Campeonato Uruguaio, Arezo chegou ao Penãrol por empréstimo nesta temporada, após passagem apagada pelo Grêmio. Sem conseguir deslanchar no Tricolor, o centroavante marcou o dobro de gols, desde o seu retorno ao Peñarol, com menos jogos.
Léo Fernández também encontrou no futebol uruguaio a inspiração que faltou no Rio de Janeiro. Campeão da Libertadores com o Flu, o atacante marcou apenas um gol em 20 jogos na sua passagem nas Laranjeiras.
Comprado pelo Peñarol junto ao Toluca, Léo Fernández soma 67 participações em gols (35 gols e 32 assistências) em 95 jogos no Carbonero.
Entretanto, apesar de ficar de fora da decisão do título, ninguém marcou mais gols no futebol uruguaio do que Abel Hernández. Ex-Inter e Flu, o atacante deixou para trás as passagens apagadas no futebol brasileiro e terminou a temporada como artilheiro do Campeonato Uruguaio com 25 gols em 37 jogos.
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