A Copa do Mundo de 2026 tem, após o encerramento desta Data-Fifa, 28 seleções classificadas. No futebol africano, a última rodada das Eliminatórias definiu os nove garantidos diretamente no Mundial e os quatro sobreviventes da repescagem.
Entre as nações com o passaporte carimbado, a Gana conquistou a vaga na última partida e retomou o seu projeto de “reforçar o elenco”. Os Blacks Stars miram as “contratações” de Eddie Nketiah e Callum Hudson-Odoi, esquecidos pela seleção inglesa.
A iniciativa para naturalizar a dupla inglesa iniciou em 2022, antes da Copa do Mundo do Catar. Na época, segundo o jornal britânico The Sun, os dois jogadores sinalizaram positivamente para defender o país que possuem origens.
O plano para convencer a dupla partiu das poucas oportunidades recebidas para atuar pela Inglaterra, embora o destaque nas seleções de base.
Cria do Chelsea, Hudson-Odoi atuou em apenas três jogos pelas Eliminatórias com Gareth Southgate e, logo depois, nunca mais foi chamado. Situação semelhante viveu Nketiah.
O atacante que também iniciou nas categorias de base dos Blues, mas terminou a sua formação no Arsenal fez grandes atuações pela seleção sub-21, com 35 gols marcados em 38 jogos, mas acabou esquecido na seleção principal. Atualmente no Crystal Palace, Nketiah entrou em campo apenas uma vez, por 17 minutos, em um amistoso contra a Austrália em 2023.
A seleção ganesa tem um histórico recente de naturalização de atletas com raízes africanas. Entre os nomes mais populares está o meia Kevin-Prince Boateng, nascido em Berlin e jogador dos Blacks Stars nas Copas de 2010, na África do Sul, e 2014, no Brasil.
Mais recentemente, no Mundial do Catar, Gana também convenceu o lateral Tariq Lamptey, ex-Chelsea e Brighton e atualmente na Fiorentina, a atuar pela sua seleção.
Além dos nomes encontrados pela seleção ganesa, outro atleta também manifestou interesse em defender a equipe no Mundial. O atacante Francis Amuzu, nascido no país africado e com dupla nacionalidade belga, se colocou à disposição do técnico Otto Addo.
“Gana ainda é o meu primeiro país. Eu nasci lá. Tenho contatos lá com a minha família e meu estafe. Amo Gana. Eu sou ganês. Então, estou feliz que Gana se classificou para a Copa do Mundo. Se Gana me convocar, com certeza eu vou. Espero que me chamem”, disse Amuzu em entrevista ao site GZH.
O atacante do Grêmio escolheu a seleção belga durante as categorias de base e disputou uma Euro Sub-21 pelos Red Devils, mas, desde então, nunca mais recebeu oportunidades na equipe principal.
A postura dos atletas e da seleção ganesa, no entanto, é criticada internamente por nomes influentes no futebol local. Ex-diretor da Federação Ganesa e peça fundamental na naturalização de Boateng, Sannie Dara mostrou arrependimento por iniciar o processo em 2010, impulsionando a prática.
“O padrão de jogadores europeus com ascendência ganesa que usam a seleção como segunda opção após serem rejeitados por seus países de origem precisa acabar. Nketiah e Odoi deveriam ser usados como exemplo para que os outros saibam que a seleção de Gana não é segunda opção de ninguém”, disse o diretor em entrevista à imprensa local.
“Lamento ter participado da vinda de Prince Boateng. Defendi sua vinda porque o considerava um bom jogador e que iria para ajudar. A Federação não era a favor, mas pressionei e o processo foi concretizado. Porém, Boateng não atuou em nenhuma partida das Eliminatórias. Ele me pareceu oportunista quando chegou na seleção. Não queria jogar uma partida pelas classificatórias, mas três dias depois ele pediu para atuar em um amistoso contra a Inglaterra em Wembley”, completou.
Subscrever a nossa newsletter