Na temporada em que antecede o seu centenário, a Fiorentina vive a sua pior crise técnica no Campeonato Italiano. O clube que passou por rebaixamento para Série B na década 1990 e por uma falência no início deste século, alcançou uma marca negativa inédita nesta temporada: nenhuma vitória nas 10 rodadas iniciais.
 É a primeira vez que a Viola chega a esta altura do Calcio sem nenhum triunfo. A campanha desastrosa na atual temporada só é superada por 1928/29, ano de estreia na elite, quando o clube somou apenas três pontos (uma vitória) nos dez jogos iniciais do campeonato.
 O início desastroso daquela temporada resultou no primeiro rebaixamento do clube com a última colocação. Quase um século depois, a Viola ainda tem tempo de mudar o destino final e já ligou o sinal de alerta.
 No último final de semana, o confronto direto contra o Lecce, em Florença, ganhou o carimbo de “questão de vida ou morte” pela diretoria e terminou com a crise ainda mais acentuada. A derrota por 1 a 0 mandou a Fiorentina para a última colocação, após a vitória do então lanterna Genoa, nesta segunda.
 O sexto resultado negativo no Italiano também colocou em xeque a permanência do recém-contratado Stefano Pioli. O treinador, que desembarcou na Viola após comandar o Al Nassr na temporada passada, tem o futuro incerto no clube e, segundo a imprensa local, tem o seu cargo sustentado apenas por conta da alta multa rescisória do longo contrato assinado.
 Antes de Pioli, o primeiro emprego ceifado pela crise foi o do diretor esportivo Aniele Pradè. O dirigente assumiu a responsabilidade pelo fracasso no início da temporada e abriu mão do cargo em comum acordo. “O clube me disponibilizou 90 milhões de euros para montar o time, se alguém é responsável pela situação atual, esse alguém sou eu”, assumiu o Pradè.
 O retorno de Pioli e projeto para o centenário
 Pioli chegou no início da temporada para substituir Raffaele Palladino, que mesmo com uma campanha convincente com a sexta colocação do Italiano e uma chegada na semifinal da Conference League, optou por deixar o cargo após a sua primeira temporada na Viola.
 O experiente treinador comandou a Fiorentina entre 2017 e 2019, antes de ser contratado pelo Milan e conquistar o Calcio pela primeira vez na carreira. No seu retorno, Pioli foi o escolhido para comandar a Viola e assinou um contrato de três temporadas, visando o centenário do clube em 2026. 
 Apesar de não conseguir dar continuidade ao trabalho de Palladino, Pioli também viu as principais peças da temporada passada caírem de ritmo. Artilheiro do time no seu ano mais inspirado da carreira, Moise Kean ainda não despertou em 2025/26 e conseguiu balançar as redes apenas duas vezes em 11 jogos, muito distante da média alcançada com 25 gols em 44 partidas na temporada passada.
 Além da queda dos que já estavam em Florença, a Viola também convive com a demora para a adaptação dos que chegaram na última janela. O atacante Roberto Piccoli, comprado por 25 milhões de euros do Cagliari, ainda não marcou no Italiano. Jacopo Fazzini e Simon Sohm, que juntos custaram mais 25 milhões, também somam poucos minutos sem conseguir deslanchar.
 Expectativa na Conference e reação no Calcio
 O registro negativo já está marcado na temporada da Viola, mas o clube ainda tem tempo e peças para reagir. O próximo compromisso pelo Italiano será o confronto direto contra o Genoa, no embate entre as duas piores campanhas nesta arrancada.
 Apesar dos dois enfrentamentos contra times na mesma situação (Lecce, na rodada passada, e Genoa, na próxima), a tabela também foi um obstáculo duro no caminho da Viola. Nas dez rodadas em que ainda não venceu na competição, a Fiorentina enfrentou 6 dos 7 primeiros colocados no Calcio.
 O clube de Florença perdeu para Napoli, Milan, Internazionale, Roma e Como, somando um empate apenas com o Bologna. 
 Se pelo Campeonato Italiano uma vaga em competição europeia na próxima temporada parece um sonho do passado, na Conference League, a Fiorentina iniciou de forma irretocável.
 A Viola passou sem sustos pelos playoffs com duas vitórias contra o Polissya, da Ucrânia. Na fase de liga, o time manteve o 100% de aproveitamento na competição, com triunfos contra Sigma Olomouc, da República Tcheca, e Rapid Wien, da Áustria.
Subscrever a nossa newsletter

 