Quando entrar em campo contra o Brighton, neste próximo sábado, Bruno Fernandes atingirá uma marca simbólica no Manchester United: 300 partidas com a camisa dos Red Devils.
Aos 31 anos, o meia português chega a esse número em meio a um cenário que espelha bem sua trajetória em Old Trafford, repleta de protagonismo individual, mas marcada por uma constante sensação de que o clube ficou aquém do que poderia ter sido.
Desde que desembarcou em Manchester, em janeiro de 2020, vindo do Sporting, Bruno rapidamente se tornou o motor criativo da equipe. Em 299 jogos até aqui, soma 100 gols e 85 assistências, números impressionantes para um meio-campista. Poucos jogadores, em todo o período, tiveram impacto semelhante na Premier League em termos de produtividade. Porém, o rendimento coletivo do United não acompanhou o brilho de seu camisa 8.
Do auge imediato à estagnação coletiva
Bruno chegou durante a temporada 2019/20, quando o time era comandado por Ole Gunnar Solskjaer. A adaptação foi instantânea: o português revolucionou o meio-campo, transformou o estilo ofensivo e conduziu o United ao segundo lugar da Premier League em 2020/21, com 45 participações diretas em gols. Parecia o início de uma nova era.
Mas, a partir daí, o projeto se perdeu. Com Solskjaer, o time mostrou limites táticos; com Ralf Rangnick, a identidade se perdeu de vez… e, mesmo sob Erik ten Hag, que foi campeão da Copa da Liga em 2022/23 e da FA Cup em 2023/24, o United nunca chegou perto de competir de forma consistente com Manchester City, Liverpool ou Arsenal.
O líder que não viu o clube evoluir
Líder técnico, Bruno também assumiu a liderança do elenco, se tornando capitão e voz ativa no elenco, mas seu temperamento, por vezes explosivo, também se tornou alvo de críticas. Houve questionamentos sobre sua postura em momentos de crise, especialmente nas derrotas pesadas e nas eliminações europeias. Ainda assim, sua entrega raramente foi colocada em dúvida.
Coletivamente, o United somou apenas dois títulos domésticos e dois vices de Liga Europa (2021 e 2025) nestes cinco anos com Bruno Fernandes. Para um clube do tamanho do Manchester United, que sonhava em reviver os tempos de Alex Ferguson , o saldo é, no mínimo, modesto.
Um craque em meio ao caos
O balanço geral do período de Bruno Fernandes é ambíguo: individualmente, um sucesso; coletivamente, uma decepção. Ele devolveu competitividade a um time que vinha desorganizado, mas não conseguiu transformar sua influência em conquistas duradouras.
Parte disso se deve à instabilidade estrutural do clube: problemas administrativos, trocas de técnicos, más contratações e ausência de um projeto esportivo consistente.
Hoje, com 31 anos e às vésperas do seu jogo de número 300, Bruno é símbolo de uma era de transição: aquela em que o Manchester United teve talento, mas não teve rumo.
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