Rafael Guanaes começou 2025 sendo demitido do Atlético Goianiense depois de apenas 13 jogos (cinco vitórias, seis empates e duas derrotas). Pouco tempo depois, foi anunciado como técnico do Mirassol, substituto de Eduardo Barroca, dispensado no meio do Paulistão. Aos 43 anos, Guanaes seria um técnico estreante no Brasileirão, comandando justamente o clube que também fazia sua estreia na elite do futebol brasileiro. E o resultado dificilmente poderia ser melhor.
Tendo pela frente apenas mais um jogo na competição – contra o Flamengo, em casa – o pequeno clube do interior paulista já garantiu uma vaga direta na próxima Copa Libertadores. A quarta colocação muda o calendário do Mirassol, a rotina da pequena cidade que não seria capaz de encher um Maracanã com toda sua população e, é claro, traz destaque para a carreira do treinador que investiu em estudos e já decidiu seguir no clube em 2026.
Com 66 pontos (18 vitórias, 12 empates e sete derrotas), o Mirassol pode igualar a marca do Inter de 2018, que teve a melhor campanha de um time vindo do acesso, tendo já garantia a melhor campanha de um time estreante no Brasileirão, além de ser, ao lado do Flamengo, o único time invicto como mandante na atual edição do torneio.
Estudo e preparação
Paulistano de 44 anos, Rafael Guanaes tentou a carreira de jogador e chegou a jogar profissionalmente pelo Nacional-SP e pelo Joseense, que então era presidido por seu pai, Nelson Guanaes. O esporte sempre fez parte de sua vida, assim como os estudos, e isso o levou a se formar em Educação Física na Campbell University, nos Estados Unidos, onde jogou futebol.
A vivência dentro de campo e o diploma universitário não bastaram para ele, que foi buscar as licenças A e B no curso de treinadores da CBF, além de completar uma formação na Associação de Treinadores Argentinos (ATFA). Com gosto pelo estudo e, segundo ele mesmo, facilidade na área de exatas, fez cursos em outras diversas áreas, incluindo comunicação, neolinguística, e está terminando um curso de neurociência. Seu objetivo é entender ainda mais o comportamento humano e poder extrair ainda mais do potencial de cada um de seus comandados.
Futebol até no lazer
Quando mais jovem, ainda longe da carreira de treinador, Guanaes talvez não soubesse que um de seus principais hobbies era uma preparação para o futuro. Os jogos de gerenciamento de futebol ocupavam horas e horas de sua infância, em visitas a casas de amigos com a ideia de aproveitar de computadores.
“Sempre fui aficionado, desde molecão. Jogava todas essas versões: Elifoot, Brasfoot, Championship Manager, Football Manager. Eu lembro que na época eu não tinha um computador bom. Eu ia na casa dos amigos e ficava até de madrugada jogando. Os caras dormindo do lado ali e eu jogando”, contou em entrevista ao GE.
Longa caminhada até o sucesso
Tão logo deixou os gramados, Rafael Guanaes começou a investir na carreira de treinador. Seus primeiros trabalhos foram no Joseense. Depois passou rapidamente pelo Unidão São João e foi para o São Carlos, onde chegou a enfrentar a equipe dirigida pelo pai e conquistou a Série B do Campeonato Paulista em 2015. Em 2017 ficou seis meses no Monte Azul e, de lá, seguiu para o Votuporanguense, onde seria campeão da Copa Paulista de 2018.
Contratado pelo Athletico, chegou para comandar os aspirantes que iam disputar o Estadual, do qual seria campeão em 2019. Depois de comandar a base do Furacão, sendo vice-campeão brasileiro sub-20 em 2021, foi sondado pelo Corinthians para assumir a base alvinegra, mas entendeu que era hora de ir para o futebol profissional e aceitou o convite do Sampaio Corrêa.
Sua trajetória seguiu no Tombense, conquistando o acesso à Série B do Brasileirão, e passou rapidamente pelo Cruzeiro, sendo avaliado pela gestão de Ronaldo Fenômeno como um nome para ser auxiliar permanente no clube. Entre 2023 e 2024, comandou o Operário, conquistando o acesso à Série B e, no ano seguinte, terminou o em sétimo, naquela que é ainda hoje a melhor campanha do clube na segunda divisão nacional.
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