O Capivariano está de volta à primeira divisão do Campeonato Paulista após dez anos. Com o título da Série A2 em 2025, o segundo na história, o Leão retornou à elite estadual, mas terá muita dificuldade para se manter entre as 16 melhores equipes do estado de São Paulo, com muita disparidade aos rivais.
Depois da conquista em 2025, o Capivariano manteve o treinador Elio Sizenando no comando, para o maior desafio de sua carreira: disputar a elite pela primeira vez e brigar pela permanência. E tudo isso na terceira vez que o clube de Capivari joga o mais alto nível do estado.
Elio é quase rei em Capivari
A história de Elio com o Capivariano começou em 2016, foi retomada em 2021 e segue ativa até hoje. O treinador passou pelo fundo do poço com o Leão: foi Elio quem tirou o Capivariano da terceira divisão e, posteriormente, recolocou o clube na elite. São dois acessos e um título para aquele que é o maior treinador da história do clube, com 99 jogos no currículo.
“A competição do Capivariano, em um primeiro momento, é brigar contra o rebaixamento. Não tem outra conversa a não ser essa por agora. Podem esperar um jogo vistoso, igual foi na A2. É querer imprimir um jogo rápido, bola no chão. Vai ser um time técnico, aguerrido, chato, que jogue sempre compacto. No fim, o coletivo vai ser sempre o mais importante”, disse o comandante, em entrevista exclusiva à oGol.
Em seu retorno à primeira divisão, o Capivariano terá uma missão dura. A ver pela diferença de investimentos, já que o Leão tem uma das folhas mais enxutas da elite, e pelos compromissos na primeira fase: o clube joga contra São Bernardo, Portuguesa, Ponte Preta, Noroeste, Primavera, Corinthians, Mirassol e Botafogo-SP.
Manutenção de 80% da base
Depois do título da Série A2, o Capivariano teve de reformar seu estádio e optou por não disputar a Copa Paulista, ficando sem calendário no segundo semestre. Diante disso, o Leão emprestou 80% do elenco campeão e contará com alguns atletas de volta para a primeira divisão. Guilherme Nogueira, Lailton, Octávio, Leonan Santos Marcos Moser, Bruno Silva, Ricardo Cerqueira, Thiaguinho, Carlos Eduardo, Ravanelli, Rigley e Vinícius Popó estão de volta para 2026.
Com a base mantida, foi hora de ir ao mercado de transferências em busca de reforços. A estratégia foi ir atrás de jogadores mais experientes, como o ídolo recente Rodolfo, que foi campeão da Série A2 pelo clube em 2014 – inclusive tendo marcado o gol que decretou o acesso – e disputou a elite com a camisa alvirrubra, e como Felipe Azevedo, ponta de 38 anos que passou por clubes como Santos, Sport e Ceará na carreira.
“Fomos atrás de jogadores mais ‘rodados’. Alguns eu já conhecia, já tinham trabalhados conosco. São atletas que se adaptam rápido. E ter os atletas de volta é importante, não começamos do zero. Eles já conhecem o clube e já me conhecem. A gente ganha muito com os retornos. São meninos que levaram o clube para esse patamar e é importante para eles jogarem a elite. Pode ser uma mudança de nível para eles”, disse o treinador.
Como ficou sem calendário no segundo semestre, o Capivariano não teve um elenco e, portanto, não sofreu com baixas. Todos os jogadores que participaram ativamente do título paulista em 2025 retornaram, com exceção a Gustavo Kuhn, Paulinho, Passari, Léo Muchacho e Gabriel Paris, que seguiram outros caminhos no mundo da bola.
Chegadas: Matheus Teixeira (ex-Rio Ave), Wendel Lomar (ex-Botafogo-PB), Tarcísio (ex-Tombense), Balão (ex-Botafogo-PB), Vinicius Guedes (ex-Caxias), Felipe Azevedo (ex-América Mineiro), Mike (ex-Retrô FC) e Rodolfo (ex-São Bernardo)
Saídas: –
Craque: Rodolfo
Rodolfo retorna ao Capivariano após dez temporadas. Nesse meio tempo, o atacante fez seu nome entre as Séries B e C do Brasileirão e se destacou por clubes como CRB, Mirassol, América, Cruzeiro e Novorizontino. Aos 33 anos, seja pela mística ou pela qualidade ofensiva (notada pela mobilidade inteligente e faro de artilheiro), Rodolfo se destaca e é a principal esperança de gols do Leão na Série A1.
Fique de olho: Vinícius Popó
Cria da base do Cruzeiro, Popó despontou como grande promessa em Belo Horizonte, mas depois passou a rodar pelo Brasil até chegar ao Capivariano. Em 2025, o atacante foi o artilheiro da Série A2, com dez gols marcados, e defendeu o Joinville no segundo semestre, na Série D, sem tanto brilho. O atacante retornou para 2026, agora com disputa pela vaga no ataque, mas pode se provar na elite do futebol paulista. Aos 24 anos, Popó é bom no jogo aéreo e tem um posicionamento requintado dentro da área.
Expectativa: Briga pela permanência
De volta à elite após dez anos, o Leão terá de lidar com um abismo econômico para os outros clubes da primeira divisão e brigará contra o rebaixamento. Apesar de ter se reforçado de maneira inteligente, o clube alvirrubro terá de compensar na garra para permanecer na Série A1, com adversários duros nos oito jogos que dispõe no torneio.
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