A Copa do Mundo sub-17 sempre revela histórias e perfis marcantes de futuros craques, e, neste ano, não tem sido diferente. A bola da vez é o brasileiro Dell. A joia do Bahia, apelidada de “Haaland do Sertão” vem assumindo o protagonismo com gols decisivos e guiando o Brasil rumo ao topo do Mundial.
Nesta sexta-feira, o centroavante voltou a ser decisivo: marcou duas vezes, incluindo um gol no último minuto, e selou a vitória dramática sobre Marrocos que colocou o Brasil na semifinal.
O brilho não é esporádico. Com cinco gols em seis partidas, Dell figura entre os principais artilheiros da competição, atrás apenas do português Anísio Cabral e do austríaco Johannes Moser, ambos com seis tentos. A eficiência, a frieza e o repertório nas finalizações explicam por que ele é chamado, sem exagero, de “Haaland do Sertão”.
Do sertão para o mundo: a origem de uma nova joia
Natural de Estância, no Sergipe, Wendeson Wanderley, apelidado carinhosamente como Dell, deu seus primeiros passos no Real Sergipe, mas logo deu um salto para atuar na base do Bahia, onde chegou quando tinha 13 anos.
O destaque foi meteórico e, em 2023, o jogador foi eleito o melhor atacante da base do Bahia. A alcunha que hoje o acompanha surgiu nesse período: a semelhança física com Haaland e o faro de gol apurado renderam ao jovem sergipano o apelido que se espalhou rapidamente pelos centros de treinamento e redes sociais.
Dell abraçou a comparação. Durante a Copinha deste ano, competição em que marcou quatro gols em seis jogos, declarou sem cerimônia: “Curto bastante, Haaland com certeza é meu ídolo dentro e fora de campo”.
O sucesso crescente se potencializou ainda mais no ano passado, quando Dell, ainda com 16 anos, foi artilheiro da base do Esquadrão de Aço e teve participação ativa nos títulos estaduais sub-17 e também sub-17
A sequência dominante rendeu moral interna e um contrato profissional de peso, com multa superior a R$ 600 milhões, num sinal claro da aposta do clube e do interesse crescente de clubes no Brasil e no exterior.
A preocupação com o assédio externo ficou ainda mais evidente no início de novembro deste ano, quando o Bahia optou por renovar o vínculo do atacante até o fim de 2028, blindando a promessa que já desperta atenção dentro do Grupo City, controlador do clube.
Uma longa e promissora caminhada
Mesmo tão jovem, Dell já estreou pelo time principal em 2025 e soma duas partidas entre os profissionais. Demonstrou mobilidade, força física, presença diária na área e facilidade para finalizar com as duas pernas, características que o aproximam do seu ídolo norueguês, mas também revelam um jogador com identidade própria.
Na seleção brasileira sub-17, sua evolução é ainda mais evidente. A Copa do Mundo tem sido o palco perfeito para sua afirmação: gols importantes, protagonismo e liderança silenciosa. Não à toa, virou referência do ataque e peça-chave na caminhada do Brasil no mata-mata.
Com potencial atlético, maturidade surpreendente e uma história que mistura talento bruto e lapidação acelerada, Dell desponta como uma das maiores promessas recentes do futebol brasileiro.
No Bahia, representa a esperança de um clube que vive um processo de modernização e que começa a colher, nas categorias de base, frutos do investimento. Na seleção, simboliza uma geração ofensiva, ousada e pronta para construir um caminho de protagonismo.
E, enquanto empilha gols no Catar, o “Haaland do Sertão” deixa a sensação de que esta Copa do Mundo sub-17 pode ser apenas o primeiro capítulo de uma carreira que promete atravessar fronteiras: do sertão sergipano ao cenário global.
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