Abel Ferreira comemora cinco anos no Palmeiras nesta quinta-feira (30), justamente o dia da partida de volta da semifinal da Libertadores. Depois de perder por 3 a 0 para a LDU no confronto de ida, no Equador, o Verdão busca uma remontada que apenas três clubes conquistaram na história da competição, mas nunca na semifinal.
O comandante lusitano é especialista em copas, mas terá de reverter um tabu significativo para manter vivo o sonho alviverde do tetra. Desde sua chegada, no fim de 2020, Abel Ferreira nunca classificou o Palmeiras na Libertadores após perder a partida de ida. Podemos ampliar o olhar também para jogos nacionais e Abel só conseguiu avançar após desvantagem na ida no Campeonato Paulista.
O rei da Libertadores no Brasil
O Palmeiras carrega consigo uma larga tradição na Copa Libertadores da América. Maior campeão do Brasil com três títulos, ao lado de Santos, São Paulo e Flamengo, o Palestra também é o clube brasileiro que mais vezes deu as caras no torneio, com 25 participações.
Mas não para por aí. O clube é o brasileiro que mais disputou partidas na Libertadores, com 242 jogos, o que mais venceu na competição, com 145 triunfos, e o que mais balançou as redes, com 235 gols marcados. Para se ter uma ideia, o Santos, também tricampeão, tem “apenas” 83 vitórias na competição. Contando todos os clubes da América, o Verdão é o quinto que mais venceu no torneio, atrás de River Plate, Nacional, Peñarol e Boca Juniors.
O Palmeiras também é o brasileiro que mais vezes alcançou a semifinal, em 11 ocasiões (1961, 1968, 1971, 1999, 2000, 2001, 2018, 2020, 2021, 2022 e 2023). E, em seis dessas oportunidades (também líder no quesito dentro do país), a equipe chegou a final, sendo campeão em 1999, 2020 e 2021, e vice em 1961, 1968 e 2000.
E o retrospecto paulistano como mandante na Libertadores também impressiona. Em 124 jogos dentro de casa, foram 84 vitórias, 26 empates e 14 derrotas, 75% de aproveitamento. Já são mais de quatro anos desde o último revés alviverde diante de seus torcedores: em 18 de maio de 2021, o Palmeiras perdeu por 4 a 3 para o Defensa y Justicia, ainda pela fase de grupos.
Em seus cinco anos de Palmeiras, Abel foi derrotado apenas seis vezes na Libertadores, enquanto saiu vitorioso em 40 ocasiões. Mas é fato que essas estatísticas não jogarão pelo Palestra na quinta-feira.
Feito inédito na semifinal
O amplo e favorável retrospecto, porém, é contraposto por outra estatística. Para seguir rumo ao tetracampeonato da Libertadores, o Palmeiras precisa superar um feito que apenas três clubes na história da competição conseguiram: reverter uma desvantagem de três ou mais gols de diferença.
Em 1999, o Cerro Porteño perdeu a ida das quartas para o Estudiantes de Mérida por 3 a 0, mas se classificou após um 4 a 0 na volta. Em 2012, a Universidad de Chile foi derrotada pelo Dep. Quito por 4 a 1 na primeira partida e respondeu com um sonoro 6 a 0 na segunda partida. Cinco anos depois, em 2017, o River massacrou o Jorge Wilstermann na volta com um imponente 8 a 0, após sofrer um 3 a 0 no primeiro jogo.
E vale ressaltar que isso nunca aconteceu na semifinal, apenas nas oitavas e quartas de finais. A maior remontada desde que a competição passou a ter semifinal aconteceu em 2013, quando o Atlético Mineiro perdeu para o Newells na ida por 2 a 0, na Argentina, e devolveu o placar na volta no Independência, avançando nos pênaltis.
Além disso, Abel terá de reverter um tabu próprio na noite dessa quinta-feira (30), se quiser seguir vivo no torneio. Em todas suas temporadas de Allianz Parque, o treinador não conseguiu a classificação após perder a partida de ida em um mata-mata de Libertadores e de Copa do Brasil. Esse feito só aconteceu no Campeonato Paulista, nas finais de 2022 (São Paulo), 2023 (EC Água Santa) e 2024 (Santos).
Para continuar sonhando com o quarto título, tanto Abel Ferreira como o Palmeiras terão de rasgar algumas escrituras nessa noite de copa.
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