Autor: Amrit Santlani
A hipocrisia, que já beira a estupidez, continua
A Federação Espanhola de Futebol (RFEF) demitiu o técnico Jorge Vilda, vencedor da Copa do Mundo Feminina da FIFA, que apoiava firmemente Luis Rubiales, o atual presidente suspenso após o escândalo do beijo.
Rubiales beijou a atacante espanhola Jenni Hermoso momentos após a vitória da Espanha sobre a Suécia na Copa do Mundo da FIFA, gerando uma grande polêmica, principalmente depois que a própria jogadora mencionou que o beijo não foi consensual.
Lembre-se de que Hermoso e seus colegas de equipe discutiram esse beijo no ônibus do clube com risadas. Mas depois (adivinhe você mesmo por quê…) começaram a “estigmatizar” Rubiales.
Como o vídeo do ônibus está disponível publicamente, essa mudança de comportamento agora parece não apenas hipócrita, mas simplesmente estúpida.
Após a demissão de Vilda, Montse Tome foi nomeada a nova treinadora da equipe feminina do La Roja, tornando-se a primeira mulher a ocupar o cargo de treinadora.
Depois que Rubiales se recusou a renunciar ao seu cargo, grande parte da equipe técnica de Vilda já havia oferecido sua demissão, juntamente com 81 jogadores que disseram que não jogariam pela Espanha como parte de sua oposição ao presidente da RFEF. Posteriormente, a FIFA suspendeu Rubiales e, em seu lugar, foi empossado o presidente interino Pedro Rocha.
Rocha classificou a nomeação de Tome como as “primeiras medidas de renovação”, enquanto a RFEF agradeceu a Vilda por suas contribuições.
“A RFEF aprecia o trabalho [de Vilda] à frente da seleção nacional e em suas funções como chefe de esportes das equipes femininas, bem como os sucessos alcançados durante seu período, coroados com a recente conquista da Copa do Mundo“, diz a declaração da federação espanhola.
Tomé, que representou o Oviedo Moderno, o Levante e o Barcelona durante sua carreira como jogadora, já disputou quatro partidas pela seleção nacional e a ex-meio-campista já fazia parte da equipe técnica de Vilda. O técnico de 41 anos assumirá o comando da equipe feminina antes dos jogos das eliminatórias da Liga das Nações da UEFA no final deste mês, quando a seleção enfrentará a Suécia mais uma vez, seguida de um confronto contra a Suíça.
Vilda já havia sobrevivido a uma grande revolta de jogadores em setembro do ano passado, quando 15 jogadores pediram demissão alegando que não jogariam sob o comando do técnico, que está à frente do time desde 2015. Durante sua gestão, o espanhol supervisionou 75 vitórias em 108 partidas.
Ao elogiar Tome após sua nomeação, a RFEF escreveu: “Ela conhece muito bem o vestiário e também tem amplo conhecimento da excelente equipe nacional de juniores“.