Autor: Sahil Jain
As casas de apostas devem investir mais de US$ 64 milhões no futebol brasileiro este ano, com 19 dos 20 times da Série A do Campeonato Brasileiro sendo patrocinados por empresas do segmento. O investimento equivale a uma média mensal de R$ 1,43 milhão por equipe, ou uma média anual de R$ 17,2 milhões por equipe.
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No entanto, o governo busca regulamentar o mercado nacional de apostas esportivas e pretende cobrar uma licença de R$ 30 milhões, válida por cinco anos, para as casas de apostas operarem no Brasil por meio de publicidade. Isso significa que as casas de apostas terão de pagar mais do que o valor dos contratos que têm com times de futebol para continuar operand no Brasil.
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Atualmente, o Corinthians recebe um patrocínio anual de mais de 30 milhões de reais, graças à parceria com a Pixbet. Ao exibir a marca da casa de apostas nos ombros do uniforme, o clube recebe mais do que o principal patrocínio pago pela Neo Química, farmacêutica que desembolsa R$ 17 milhões.
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Levantamento feito pela agência de marketing esportivo ‘Neo Brands’ mostra que o único time da Série A sem vínculo com uma casa de apostas é o Cuiabá, no Mato Grosso. As marcas com mais patrocínios dentro da competição são Pixbet e Esporte da Sorte. Os valores investidos por esse mercado variam muito, de R$ 5 milhões pagos ao Goiás e Red Bull Bragantino a R$ 35 milhões pagos ao Corinthians.
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Além do Cuiabá, o Palmeiras não exibe a marca de nenhuma casa de apostas em seu uniforme porque o contrato não inclui. O valor total de investimento de todas as casas de apostas chega a R$ 327 milhões, segundo pesquisa da Neo Brands. O segmento domina os espaços de patrocínio no futebol brasileiro, com 12 dos 20 times da primeira divisão do Campeonato Brasileiro sendo ocupados por casas de apostas esportivas.
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O Botafogo tem o maior contrato de patrocínio máster de uma casa de apostas no valor de 27,5 milhões de reais com a Parimatch. Enquanto isso, o Palmeiras tem o maior contrato de patrocínio principal da liga em 80 milhões de reais por ano com a Crefisa, que também pertence à presidente do clube, Leila Pereira. O Flamengo segue, recebendo 30 milhões de reais do banco BRB.
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Ao todo, o valor total gasto com os principais patrocínios dos clubes da Série A no Campeonato Brasileiro é de R$ 356,4 milhões. Quando analisados apenas os patrocínios das casas de apostas, o total ultrapassa os R$ 200 milhões, ou mais da metade do que foi investido por empresas de outros setores para aparecer na área de maior valor das camisas dos clubes.