Autor: Barkha Roy
O ex-chefe da Fórmula 1, Bernie Ecclestone, foi condenado a 17 meses de prisão e ordenado a pagar 652,6 milhões de libras (aproximadamente R$ 4 bilhões) de indenização por 18 anos de impostos pelo Southwark Crown Court, no Reino Unido. O magnata de 92 anos se declarou culpado de acusações de evasão fiscal. Devido à sua idade, sua pena privativa de liberdade foi suspensa por dois anos.
Ecclestone foi acusado de não declarar 400 milhões de libras esterlinas ou R$ 2,4 bilhões em ativos mantidos em Cingapura à Her Majesty’s Revenue and Customs (HMRC), a autoridade fiscal do estado. Sua advogada, Christine Montgomery, declarou que Ecclestone “lamenta profundamente os eventos que levaram ao julgamento” e esclareceu que sua intenção nunca foi evitar o pagamento de impostos.
O bilionário, que comandou a Fórmula 1 de 1978 a 2017, tem uma fortuna de aproximadamente R$ 15,8 bilhões. Notavelmente, seus problemas legais não estão relacionados ao esporte. O tribunal considerou sua idade avançada, saúde frágil e status de infrator pela primeira vez ao determinar sua sentença.
No julgamento, foi revelado que Ecclestone negou a existência de contas não declaradas em 2015 e afirmou ter apenas um fundo em nome de suas filhas. Essa declaração falsa levou às acusações, pois Ecclestone não pagou os impostos, juros ou multas necessários para os fundos mantidos em Cingapura. O promotor, Richard Wright, argumentou que a resposta de Ecclestone foi enganosa e que ele agora aceita que o imposto é devido.
O juiz responsável pela sentença, Simon Bryan, reconheceu a gravidade do crime, mas decidiu suspender a pena privativa de liberdade, levando em conta a idade, a saúde e a ausência de condenações anteriores de Ecclestone. Como resultado, o ex-chefe da F1 não cumprirá pena na prisão, apesar da sentença.
Essa não é a primeira vez que Ecclestone enfrenta problemas legais. Em 2013, ele pagou 100 milhões de euros (aproximadamente R$ 534 milhões) para resolver um caso na Alemanha, onde foi acusado de suborno e corrupção relacionados aos direitos de transmissão da Fórmula 1. Ele havia sido indiciado por depositar 44 milhões de euros (cerca de R$ 235 milhões) na conta de um ex-presidente de banco.
A influência de Bernie Ecclestone na Fórmula 1 tem sido significativa. Depois de seguir brevemente uma carreira de piloto na década de 1950, ele passou a gerenciar pilotos como Jochen Rindt e, mais tarde, comprou a equipe Brabham de Fórmula 1 em 1972. O papel de Ecclestone no esporte continuou a crescer, e ele acabou se tornando o executivo-chefe da Associação de Construtores de Fórmula 1 (FOCA), liderando efetivamente a Fórmula 1 até a Liberty Media assumir o controle em 2017.