Com duas derrotas nos três jogos realizados depois da parada para o Mundial de Clubes, o Corinthians viu o sinal de alerta para crise apitar após o revés do final de semana, no clássico contra o São Paulo. Em meio a especulações sobre uma possível nova mudança no comando técnico, o Timão agora vai encarar uma sequência pesada que pode levar o time ao céu, ou ao mais completo inferno.
O primeiro desafio para Dorival Junior é hoje (23), às 19h30, na Neo Química Arena, contra o Cruzeiro, atual líder do Brasileirão. No final de semana o desafio é contra o Botafogo, no Rio de Janeiro, e na próxima quarta-feira, o alvinegro paulista vai receber o Palmeiras no primeiro confronto das oitavas de final da Copa do Brasil.
Com apenas dois dos 19 pontos conquistados no Brasileiro vindo de confrontos contra times que ocupam as primeiras 10 posições na tabela atual, o retrospecto recente do Corinthians contra esses três times aponta para um cenário ainda mais complicado, em que a permanência do ex-técnico da seleção brasileira, que tem apenas 14 jogos no comando do Timão (6 vitórias, quatro empates e quatro derrotas), talvez não consiga chegar até o próximo mês.
Confrontos diretos desfavoráveis
Em 2024 o Corinthians venceu o encontro que teve com o Cruzeiro em Itaquera, quando a Raposa pensava na final da Copa Sul-Americana e o Timão vinha embalado, em busca da vaga na Libertadores. Os gols alvinegros foram de Memphis Depay, que viveu nova polêmica no sábado, e Yuri Alberto, desfalque nesta noite.
Nos últimos 10 encontros com o time celeste, o placar é favorável aos mineiros, que venceram cinco partidas contra apenas três dos paulistas, além de três empates.
Contra o Botafogo o recorte de 10 jogos é bom para o Timão, que venceu cinco e perdeu quatro, mas três dessas derrotas aconteceram nos últimos quatro jogos. Nos Brasileirões de 2023 e 2024, quando um “novo Botafogo” chegou forte na disputa por título, o Corinthians venceu apenas em 2023, no jogo em casa, quando o Fogão perdia a terceira partida seguida na derrocada que acabou custando o título ao time carioca.
Já contra o Palmeiras a memória da conquista do Paulistão em cima do rival ainda aquece o coração do torcedor, mas o Dérbi tem sido assunto quente. Dos últimos 10 jogos, foram cinco empates, duas vitórias alvinegras e três alviverdes, mas encarando o time comandado por Abel Ferreira, o Corinthians tem apenas três vitórias em 18 jogos (o Palmeiras venceu oito vezes).
Fator “mando de campo”?
Desde a inauguração do estádio em Itaquera, a Neo Química Arena é considerada um trunfo do Corinthians. Contando com o apoio da torcida durante todo o jogo, o torcedor costuma ver a equipe se entregar de outra forma em campo, mas as vaias e cobranças após as partidas passaram a ser cada vez mais frequentes.
Em 2025, contudo, o Corinthians tem apresentado o melhor desempenho como mandante desde 2016, vencendo 68,18% dos jogos (15 vitórias em 22 partidas), e empatando menos (18,18%, melhor percentual desde os 17,14% de 2015), deixando os 13,64% de derrotas próximo ao que vimos nos últimos quatro anos.
Acontece que das três derrotas do Corinthians jogando em sua casa, duas aconteceram no Brasileirão, com um 2 a 0 diante do Fluminense, e os 2 a 1 contra o Red Bull Bragantino na semana passada, quando os gritos de cobrança ganharam força nas arquibancadas.
Garantido… “pero no mucho”!
Após a derrota no clássico, o presidente interino do Corinthians, Osmar Stabile, afirmou que Dorival Junior permaneceria no cargo de treinador. Contudo, apontou que os futuros resultados podem ser determinantes para a trajetória do comandante ser mais longa.
“O Dorival está garantido. Assim como está garantido o (diretor executivo de futebol) Fabinho Soldado”, disse Stabile em entrevista ao GE. “Até quando você está garantido no emprego? Ninguém sabe. Não dá para prever o futuro. Futebol é resultado, eu não posso dizer o que vai acontecer daqui para frente”, completou.
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