Samuel Eto’o, Roberto Carlos, Yuri Zhirkov, Lassana Diarra e Willian. A megalomania de Suleyman Kerimov, dono do FK Anzhi, fica perfeitamente espelhada pela dimensão histórica destes nomes. O atacante camaronês e o lateral brasileiro, numa vitrine à parte, eram absolutamente estratosféricos, ainda que o ex-jogador da seleção brasileira já estivesse em reta final da carreira.
A verdade é que o futebol russo, no começo da década de 2010, vivia momentos de fulgor. Clubes como o Zenit e o CSKA Moskva, só para apresentar alguns exemplos, já conseguiam atrair nomes de outro patamar. No time de São Petersburgo, estavam Bruno Alves, Hulk, Axel Witsel e Danny. Fez companhia para estas equipes com nomes estelares, mais tarde, o chocante Anzhi – foco principal desta reportagem.
Este investimento, pensado de forma quase anárquica, teve os seus resultados. Quinto lugar em 2011/2012 e terceiro posto na seguinte temporada, conseguindo classificação à Liga Europa e a final da Copa da Rússia. A partir daqui, a queda brutal no investimento ficou por demais evidente e em 2013/2014 foi consumado o rebaixamento do clube. Conseguiu reerguer-se, voltou à elite uma temporada depois, mas em 2018/2019 uma nova queda de divisão arrasaria a instituição. Desde então, o clube nunca mais se levantou, chegando mesmo a extinguir-se em 2022.
Como uma fénix, eis que o time de Makhachkala anunciou, em março deste ano, a reativação do futebol profissional, começando na terceira divisão, com o estádio do Dynamo Makhachkala a ser o palco dos jogos.
Muito para além do projeto, este clube, que chamou à atenção do mundo futebolístico precisamente pelos craques que atraiu, guardava outra curiosidade: fica situado na República do Daguestão, uma divisão federal totalmente autónoma da Rússia. São mais de 30 etnias diferentes que convivem no mesmo espaço. Destacaremos, nesta reportagem feita pelos nossos irmãos portugueses do zerozero, um clube e uma região que, por bons e maus motivos, são especiais…
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